Por que muitos de nossos irmãos questionam tanto que a Virgem Maria teve mais filhos além de Jesus?
Esta questão já foi e continua sendo intensamente debatida entre católicos e protestantes. No entanto, os argumentos, tanto de um, como do outro lado, continuam sendo os mesmos. Não sei se algum dia se terá uma resposta insofismável para essa questão, que possa fazer um ou o outro lado se curvar à verdade sobre o assunto. Nosso espaço aqui não é apropriado para trazer todas essas defesas de posição, mas logo abaixo indicamos vários links, contendo artigos e postagens defendendo ambas as posições.
É interessante observar que os primeiros reformadores (Lutero, Calvino e Zwinglio) acreditavam na virgindade de Maria. Lutero, aliás, a venerava como nós católicos o fazemos.
“De acordo com palavras de Lutero: “Ele, Cristo, nosso Salvador, era o fruto real e natural do ventre virginal de Maria… Isto aconteceu sem a participação de qualquer homem e ela permaneceu virgem mesmo depois disso“. (Martinho Lutero, “Sermões sobre João”, cap. 1 a 4, 1537-39 d.C.). “Virgem antes, no e depois do parto, que está grávida e dá à luz. Este artigo (da fé) é milagre divino.” (Sermão Natal 1540: wa 49,182).”
“Na visão de João Calvino, “Certas pessoas têm desejado sugerir desta passagem [Mt 1,25] que a Virgem Maria teve outros filhos além do Filho de Deus, e que José teve relacionamento íntimo com ela depois. Mas que estupidez! O escritor do evangelho não desejava registrar o que poderia acontecer mais tarde; ele simplesmente queria deixar bem clara a obediência de José e também desejava mostrar que José tinha sido bom e verdadeiramente acreditava que Deus enviara seu anjo a Maria. Portanto, ele jamais teve relações com Maria, mas somente compartilhou de sua companhia… Além disso, nosso Senhor Jesus Cristo é chamado o primogênito. Isto não é porque teria que haver um segundo ou terceiro [filho], mas porque o escritor do Evangelho está se referindo à precedência. Assim, a Escritura está falando sobre a titularidade do primogênito e não sobre a questão de ter havido qualquer segundo [filho]“. (João Calvino, “Sermão sobre Mateus”, publicado em 1562).”
“E, finalmente, Zwinglio confessa a virgindade de Maria e exalta-a acima de todos os homens e anjos: “Creio firmemente que Maria, conforme as palavras do Evangelho que afirmam que de uma Virgem nos nasceria o Filho de Deus, permaneceu sempre pura e intacta Virgem durante e depois do nascimento de seu Filho. Também acredito firmemente que ela foi por Deus exaltada acima de todas as criaturas bem-aventuradas (sobre os homens e anjos) na eterna bem-aventurança.” (Ulrich Zwinglio, citado em “Corpus Reformatorum” v.1, p.424).”
O fato inegável, meus caros, é que a Igreja Católica se levantou contra a reforma e os reformadores precisavam de alguma forma contra-atacar. Uma das formas encontradas foi a de contestar a virgindade de Maria, provavelmente, com a finalidade de desacreditar a doutrina da Igreja Católica como um todo.
Essa contestação, de fato, não pode ter outro objetivo, pois que, a rigor, podemos conviver pacificamente em ambas as posições, sem qualquer ataque de uns contra os outros. Afinal, por ora, só saberemos da verdade quando do nosso Juízo e aí, cada qual vai responder pelas infâmias e calúnias que praticou nessa vida. Pessoalmente, por questão de fé, acredito na virgindade de Maria e na doutrina da Igreja Católica e, por uma questão de lógica moral, creio que atacar Maria como fazem alguns irmãos protestantes (até mesmo chutando sua imagem) é o mesmo que atacar injustificadamente qualquer ser humano, o que, por princípio cristão, é pecado.
Segue os links para leitura, reflexão e meditação. Só posso dizer que seu guia para acreditar onde está a verdade será a sua fé.
http://www.estudosdabiblia.net/bd32.htm
http://www.sitedopregador.com.br/wordpress/?p=1075
http://www.gotquestions.org/Portugues/Jesus-irmaos-irmas.html
http://www.jesussite.com.br/acervo.asp?id=786
http://www.cacp.org.br/catolicismo/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=132&menu=2&submenu=3
http://www.rainhamaria.com.br/Pagina/591/Esclarecendo-a-polemica-Jesus-teve-irmaos
http://catecumenato.wordpress.com/2007/03/01/jesus-teve-irmaos/
http://www.delecampio.com.br/jesus-teve-irmaos-de-sangue/
A propósito, transcrevo aqui um comentário interessante, postado no site “Catecumenato”, que pode ajudar em nossa reflexão:
24. Helena, on domingo – 5 de outubro de 2008 at 12:21 am said:
Daniel
Como evangélica, gostaria de afirmar o seguinte: Já fiz uma pesquisa completa tentando encontrar os irmãos de Jesus, mas a verdade é que não existe certeza de nada. Em história da igreja (matéria que leciono), cita-se Tiago como irmão do Sr. Não dou nenhuma ênfase pq pesquisei os pais de Tiago , estando assim, de conformidade c a pesquisa acima, sobre seus pais. Mostrei essa minha pesquisa para professores crentes, que ignoraram e disseram que estou envolvida com o paganismo. Quanta ignorância! Pura alienação! Não adianta, viu gente. Os crentes decidiram que Tiago é irmão carnal de Jesus. Já tentei buscar um debate com muitos, inclusive pastores, mas eles não querem argumentar. E os evangs continuam falando e insistindo nos “irmãos de Jesus”. Então, eu prefiro a versão de vocês, católicos . Critiquem-me os evangélicos. Não me importo. Apenas sugiro que estudem mais as Escrituras e parem de viver alienados, citando passagens sobre irmãos, sem entender o contexto.
Graça e paz
Helena
http://catecumenato.wordpress.com/2007/03/01/jesus-teve-irmaos/
Finalizo com trecho de uma palestra atribuída a um Pastor da Igreja Adventista, mostrando que o pensamento e o estudo sérios diferem da “vontade de agredir por agredir”.
Autor: Pastor Alejandro Bullón
Fonte: www.doutrinacatolica.com
Programa “Está Escrito”
Palestra “Enchei as Vasilhas
Trecho do Sermão de Alejandro Bullón, o Pastor mais respeitado entre os Adventistas do Sétimo Dia, no Programa de TV “Está Escrito”:
“Vou tratar agora de um assunto muito delicado: a Santa Virgem Maria.
Como todos sabemos, o inimigo é muito astuto.
Ele não quer cristãos equilibrados.
Ele quer nos levar ao fanatismo ou ao liberalismo.
Isto é certo com relação a qualquer assunto da Bíblia.
Vejam, o inimigo leva muitos cristãos que têm a Bíblia nas mãos, a pensar do seguinte modo:
” A Virgem Maria não é importante.
Ela foi uma mulher como qualquer outra.
Não temos que ficar reverenciando-a; não temos que falar muito dela, porque isso é idolatria.”
Meu amigo, se um cristão, com a Bíblia aberta, diz isso, ele não sabe o que está dizendo.
Porque a Virgem Maria foi um ser humano sim, mas não foi um ser humano comum.
Ela foi uma mulher com uma experiência maravilhosa com Deus.
Ela foi uma mulher de vida piedosa, exemplar.
Hoje, a figura da virgem Maria se levanta como um exemplo de vida, de entrega e de comunhão com Deus.
Por isso, ela merece todo o nosso respeito e a nossa reverência.
Merece que a amemos e que ensinemos mais da vida maravilhosa que viveu.
Mas como já disse, o inimigo não quer pessoas equilibradas.
Ele tanto leva os cristãos ao extremo de serem desrespeitosos com ela, como as engana e as leva para outro extremo.
No momento de desespero, procuram a ajuda da Santa Virgem Maria. E os cristãos do outro extremo olham para elas com olhos acusadores e dizem:
– Vocês são idólatras.
Adoram um ser humano.
Eles ignoram a sinceridade com que estas pessoas estão procurando chegar a Deus…”
Enfim, que seja nossa fé o guia seguro para entendermos quem é Maria, a Virgem Santíssima, não uma deusa ou a quarta pessoa da Trindade, mas simplesmente a Mãe do Salvador, aquela que possibilitou que Deus se fizesse humano na pessoa de Cristo Jesus. Ave Maria…
Anjos existem? São Mensageiros de Deus?
Os Anjos existem? São os mensageiros de Deus?
Antonio Gazato Neto Olá Virginia, você pergunta se os anjos existem e se são mensageiros de Deus?
Ninguém poderá lhe dar uma resposta que a convença cientificamente, pois não existe nenhuma prova experimental neste sentido. Então, como é que muitos acreditam em anjos? Simplesmente porque afirmar que anjos existem decorre da “verdade de fé”! Só a fé poderá convencer alguém da existência dos anjos. Assim como só a fé nos convence da ressurreição de Jesus. E para quem acredita na existência dos anjos, acredita que eles são realmente mensageiros de Deus. Aliás, o termo “anjo”, em si, quer dizer mensageiro.
Se buscarmos nos convencer da existência destes seres celestiais simplesmente pelos nossos sentidos ou pela nossa razão, jamais iremos admitir que eles existam.
As Escrituras Sagradas são pródigas em falar dos anjos, desde o Gênesis, quando fecham a porta do Paraíso, passando por Abraão, Lot, Agar, Juízes, etc. até a Nova Aliança, em que o Anjo Gabriel anuncia o nascimento de João Batista e de Jesus e nas tentações do deserto servem ao Senhor. Também são Anjos que anunciam a ressurreição de Jesus e a sua segunda vinda.
Para quem crê nas Escrituras e na Tradição a existência dos anjos é indiscutível. Seria o mesmo que perguntar se o Espírito Santo existe. Para quem crê, o Espírito Santo não só existe como está em contínua ação sobre a humanidade.
Claro e evidente que respeitando a liberdade individual de cada um, liberdade que nos foi concedida por Deus desde a criação, o Espírito Santo somente age naqueles que se abrem à sua ação e o acolhem em seus corações. Da mesma forma são os anjos do Senhor, que agem em nossas vidas sem que os percebamos. Muitas coisas, muitos testemunhos demonstram que determinadas tragédias são evitadas de formas imprevisíveis e, às vezes, de forma impossível. Não seriam os anjos agindo?
De forma, minha cara, que se a sua pergunta é dirigida a quem tem fé, a resposta será sempre positiva. Sim, os anjos existem e, além de mensageiros de Deus, são guardiões dos seres humanos.
No entanto, se a pergunta for dirigida a um cético, a resposta será certamente negativa, pois para estes, tudo depende do acaso. O mesmo acaso que, para eles, criou o universo com tanta beleza e perfeição.
Para nós, crentes, não existe nenhum acaso, mas sim a “mão” poderosa de Deus criando e dando vida a tudo quanto existe.
Rachel L. Abdalla Virgínia, venho complementar o que o Gazato acima respondeu. Segundo o Catecismo da Igreja Católica (328) ‘a existência dos seres espirituais, não-corporais, que Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé.’
E, (330) ‘Como criaturas puramente espirituais, são dotados de inteligência e de vontade: são criaturas pessoais e imortais. Superam em perfeição todas as criaturas visíveis.
Rachel L. Abdalla Segundo Santo Agostinho: Anjo (mensageiro) é designação de encargo, não de natureza. “Se perguntares pela designação da natureza, é um espírito; se perguntares pelo encargo, é um anjo: é espírito por aquilo que é, é anjo por aquilo que faz”.
Por todo o seu ser, os anjos são servidores e mensageiros de Deus. Porque contemplam “constantemente a face de meu Pai que está nos céus” (Mateus 18,10), são “poderosos executores de sua palavra, obedientes ao som de sua palavra” (Salmo 103,20).
Antonio Gazato Neto Rachel, você faz uma colocação sobre a imortalidade dos anjos, ao mesmo tempo em que diz serem “criaturas pessoais”. Isto me sugere fazer um acréscimo a partir dos ensinamentos de São Tomás de Aquino, para quem os anjos não são eternos, pois que foram criados do nada em determinado momento por Deus (não foram criados da essência de Deus e , portanto, não são divindades outras niveladas à própria natureza divina). São Tomás os denomina de “eviternos”, pois embora criados, são partícipes da eternidade, por serem imortais. Dizendo de outra forma, nasceram em determinado momento, o que lhes retira o qualificativo de eterno, pois não existiram desde sempre, mas não deixarão de existir no futuro, ou seja, serão eternos depois de serem criados. A isso o Santo denomina de “eviterno”.
Diz ainda o Santo que os anjos são seres que estabelecem a relação entre o mundo sobrenatural e o natural, sobretudo com respeito à salvação humana em Cristo. E de fato, são “criaturas pessoais espirituais”.
Virginia Faelli Holtmann Eu Os tenho acolhidos em meu coração e acredito sim que os Anjos agem em nossas vidas e são nossos guardiões. Tirando um pouco a fantasia e o exagero, o que deve permanecer como verdade de fé é que existem espíritos criados por Deus para o seu serviço junto aos homens, e esses espíritos nós os chamamos de Anjos ou Mensageiros de Deus. Muito obrigada pelas palavras de vocês.
Rachel L. Abdalla Oi Virgínia, muito bom acreditar que os anjos estão a nos guardar, porque nossa fé assim nos sustenta no dia a dia, sob uma proteção divina.
Rachel L. Abdalla Complementando essa proteção seguem algumas passagens de proteção dos anjos na vida de Jesus também:
‘Desde a Encarnação até a Ascensão, a vida do Verbo Encarnado (Jesus) é cercada da adoração e do serviço dos anjos.’ (Catecismo da Igreja Católica 333)
Rachel L. Abdalla Quando Deus “introduziu o Primogênito no mundo, disse: ‘Adorem-no todos os anjos de Deus’ (Hebreus 1,6).
Rachel L. Abdalla O canto de louvor deles ao nascimento de Cristo não cessou de ressoar no louvor da Igreja: “Glória a Deus…” (Lucas 2,14)
Rachel L. Abdalla Os anjos protegem a infância de Jesus: A origem de Jesus, o Messias, foi assim: Maria, sua Mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, Ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu marido, era justo. Não queria denunciar Maria e pensava em deixá-la, sem ninguém saber. Enquanto José pensava nisso, o Anjo do Senhor apareceu-lhe em sonho e disse: «José, filho de David, não tenhas medo de receber Maria como esposa, porque Ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um Filho, ao qual darás o nome de Jesus, pois Ele vai salvar o seu povo dos seus pecados. Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: ‘ Vede, a Virgem conceberá e dará à luz um Filho. Ele será chamado Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco’. Quando acordou, José fez conforme o Anjo do Senhor havia mandado: levou Maria para casa e, sem ter relações com Ela, Maria deu à luz um Filho. E José deu-Lhe o nome de Jesus.
Rachel L. Abdalla São ainda os anjos que “evangelizam”, anunciando a Boa Nova da Encarnação: “Havia nos arredores uns pastores, que vigiavam e guardavam seu rebanho nos campos durante as vigílias da noite. Um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu ao redor deles, e tiveram grande temor. O anjo disse-lhes: Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor. (Lucas 2,8-11)
Rachel L. Abdalla E na Ressurreição de Cristo eles também se fazem presentes: “É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo de Jesus. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos, e estes afirmaram que Jesus está vivo”. (Lucas 24,22-23)
E, “Maria tinha ficado fora, a chorar junto ao túmulo. Enquanto ainda chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. Viu então dois anjos vestidos de branco, sentados onde o corpo de Jesus tinha sido colocado, um à cabeceira e outro aos pés”. (João 20,12)
Rachel L. Abdalla E segundo o Evangelho, estarão presentes no retorno de Cristo: “Eu vos garanto: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”. (João 1,51)
Márcia Resck A existência dos seres espirituais, não corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé. Trata-se de um mensageiro investido por Deus com determinada missão e plenos poderes, de modo que é o próprio Deus quem intervém por meio do seu emissário. São mensageiros e servidores de Deus porque contemplam “constantemente a face de meu Pai que está nos céus” (MT 18,10), são “poderosos executores de sua palavra, obedientes ao som da sua palavra” (Sl 103,20).
São presenças espirituais que iluminam nossa própria inteligência.
Pode-se dizer ainda que entre o mundo humano e o plano puramente espiritual, puramente silencioso, existem planos intermediários que podem ser chamados angelicais. Como um modo de presença, por exemplo, um “querubim” é uma qualidade de inocência, por isso serve à figura de crianças para representá-lo. É uma qualidade de inocência e visão. “Vê se o que é”, com inocência. Uma presença de clareza, de inocência, de simplicidade.
Outra qualidade de presença são os “serafins” presença que nos visita, sobretudo, no nível do coração. No coração, existe a presença de uma ardência, de uma compaixão, de um amor infinito por todos os seres
Existe a presença de “Miguel”, é o senhor dos anjos. Ele é o arcanjo da fé, da proteção e da libertação do mal, presta inestimáveis serviços à humanidade, mantendo a iluminação e a força da fé. Ouve às súplicas de dores e sofrimentos, atende todos que o invocam.
Também a presença de “Gabriel”, o mensageiro: uma informação nos é comunicada, uma boa-nova nos é anunciada; perguntamo-nos de onde vem tal mensagem, mas compreendemos que somos guiados.
Existe ainda a presença de “Rafael” que significa “Deus Cura”. O ser torna-se presente de maneira curativa, terapêutica. Rafael não é aquele que fornece medicamento, mas o acompanhante de alguém na estrada da vida, permitindo-lhe encontrar seus próprios remédios. Rafael é uma qualidade de presença que nos conduz em direção à cura, uma cura que temos que descobrir por nós mesmos.
Assim, em nossos dias, os anjos estão muito em foco, mas aparecem nos livros mais antigos da Bíblia e desde os primeiros séculos, os cristãos já acreditavam que cada ser humano tem seu anjo da guarda.
Porém, Cristo é o centro do mundo angélico. São os seus anjos: “Quando o Filho do Homem vier na sua glória com todos os seus anjos…” (Mt 25,31). São seus porque criados por e para ele: “Pois foi nele que foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Dominações, Principados, Potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1,16). São seus mais ainda, porque ele os fez mensageiros do seu projeto de salvação. “Porventura, não são todos eles espíritos servidores, enviados ao serviço dos que devem herdar a salvação?” (Hb 1,14) (CIC 331). Assim, a existência dos anjos é mesmo uma verdade de fé!
REF. BIBLIOGRAFICA
BETTENCOURT, Estevão Tavares, OSB. Católicos Perguntam. São Paulo: O Mensageiro de Santo Antônio, 4ª ed. 1997 p. 95.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Petrópolis: Vozes, 8ª ed. 1998, p. 87.
LELOUP, Jean-Yves. A arte da atenção – Para viver cada instante em sua plenitude. Campinas: Verus, 2001, p. 61, 62, 63.
Católicos podem crer na reencarnação?
Imagem obtida em: https://apologetica.net.br/2015/09/01/reencarnacao-racional/
Pergunta:
Vera Frade Silva
Bom dia!!!
Conheço muitos que se dizem católicos, mas creem também na reencarnação e aí fazem uma grande confusão entre ressurreição e reencarnação. Qual é a melhor resposta, por favor, respondam.
Respostas:
Prezada Vera, Muito pertinente e bem colocado o seu questionamento. Segue a minha colocação em partes, ok?
A Igreja Católica, através do Concílio Vaticano II convoca os leigos a participarem ativamente da vida da Igreja e pede a consciência da responsabilidade na defesa da fé cristã.
Muitos católicos, pouco conhecedores da doutrina, vão à missa e também ao culto espírita por desconhecerem a incoerência que existe entre as duas crenças.
O espiritismo (bem como suas derivações: umbanda, candomblé, cartomancia, tarôs, astrologia etc.) contradiz a doutrina católica em muitos pontos conforme apresentado abaixo:
Jesus é o Filho de Deus, nascido de Maria, pela ação do Espírito Santo
Na doutrina espírita, Jesus Cristo é um espírito muito evoluído através de suas sucessivas reencarnações. É visto como o maior dos enviados de Deus, e somente nesse sentido pode ser dito Deus.
Essa maneira de conceituar Jesus Cristo mostra uma visão diferente daquela apresentada nas Escrituras quanto à encarnação do Filho de Deus que nada tem a ver com a reencarnação espírita.
Em IJo4,1-3 lemos: “Irmãos: “Irmãos: “Irmãos:” Irmãos: “Irmãos: “Irmãos, não deem crédito a todos os que se dizem inspirados; antes, examinem os espíritos, para saber se vem de Deus, pois no mundo já apareceram muitos falsos profetas. Para saber se alguém é inspirado por Deus, sigam esta norma: fala da parte de Deus todo aquele que reconhece que Jesus Cristo se encarnou. Todo aquele que não reconhece a Jesus, não fala da parte de Deus. Esse tal é o espírito do Anticristo; vocês ouviram dizer que ele vinha, mas ele já está no mundo.”
Toda religião, seita, doutrina ou igreja que é cristã, proclama que Jesus nasceu de Maria e é o Filho de Deus, gerado pelo Espírito Santo, pois só assim está respeitando e acreditando nos ensinamentos e na própria Palavra de Deus. Jesus é a Palavra de Deus, o Verbo que se fez carne, nascendo de Maria. Ele é o próprio Deus que se fez Homem.
No Evangelho de Lc 1, 28-35 lemos: “O anjo entrou onde ela estava, e disse: Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você! Ouvindo isso, Maria ficou preocupada, e perguntava a si mesma o que a saudação queria dizer. O anjo disse: Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus. Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo. E o Senhor dará a ele o trono de seu pai Davi, e ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó. E o seu reino não terá fim. Maria perguntou ao anjo: Como vai acontecer isso se não vivo com nenhum homem? O anjo respondeu: O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus.”
Morremos uma só vez
A Sagrada Escritura é clara em descartar a possibilidade de reencarnação.
Antropologicamente falando, o ser humano é o resultado da estreitíssima união de corpo (matéria), alma (que é o sopro de Deus) e espírito (que une o homem a Deus). Se o espírito de um homem estiver em vários outros seres, como é que no final dos tempos, na Parusia, os mortos todos haverão de ressuscitar sem o seu espírito, se o espírito faz parte do ser humano como pessoa?
Para os espíritas, reencarnar é renascer, depois da morte, em outro corpo humano, animal, vegetal ou mineral de acordo com algumas culturas. É uma tentativa para explicar a questão do castigo para as más obras e prêmio para as obras boas, oferecendo a oportunidade de purificar-se do mal praticado por meio de diversas vidas.
Sobre a impossível volta de quem já morreu, podemos ler na Parábola “O rico e o pobre”, contada por Jesus no Evangelho de Lucas 16,19-31: “Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino, e dava banquete todos os dias. E um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, que estava caído à porta do rico. Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E ainda vinham os cachorros lamber as suas feridas. Aconteceu que o pobre morreu, e os anjos o levaram para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. No inferno, em meio aos tormentos, o rico levantou os olhos, e viu de longe Abraão, com Lázaro a seu lado. Então o rico gritou: Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque este fogo me atormenta. Mas Abraão respondeu: Lembre-se filho: você recebeu bens durante a vida, enquanto Lázaro recebeu males. Agora, porém, ele encontra consolo aqui, e você é atormentado. Além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, nunca poderia passar daqui para junto de vocês, e nem os daí poderiam atravessar até nós. O rico insistiu: Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa de meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não acabem também eles vindo para este lugar de tormento. Mas Abraão respondeu: Eles têm Moisés e os profetas: que os escutem! O rico insistiu: Não, pai Abraão! Se um dos mortos for até eles, eles vão se converter. Mas Abraão lhe disse: Se eles não escutam a Moisés e aos profetas, mesmo que um dos mortos ressuscite, eles não ficarão convencidos.”
No Livro da Sabedoria 2,1 também podemos ler: “Não se conhece ninguém que tenha voltado do mundo dos mortos… e no versículo 5: “…depois de morrer não voltaremos.”
Com relação à reencarnação, podemos também ler o que diz a Palavra de Deus na Carta aos Hebreus 9,27: “E dado que os homens morrem uma só vez e depois disso vem o julgamento, assim, também Cristo se ofereceu uma vez por todas, para tirar o pecado de muitos.”
Uma ordem que deve ser cumprida
Deus é Pai e Criador, e o temor e o respeito a Ele precisam estar no coração de todos os homens.
Ele é Bom e é puro Amor. É Perdão e é Misericórdia. Ele nos criou para o amor e nos ama como filhos que somos, e Seus ensinamentos são para nós como ordens que precisam ser cumpridas.
No Livro do Deuteronômio 18,10-13 encontramos uma ordem de Deus, que Ele mesmo deu a Moisés e a seu povo escolhido enquanto estavam no deserto, próximo de entrarem na terra prometida, e que se estende a todas as pessoas e povos: “Não haja em seu meio alguém que queime o próprio filho ou filha, nem que faça presságio, pratique astrologia, adivinhação ou magia, nem que pratique encantamentos, consulte espíritos ou adivinhos, ou também que invoque os mortos. Pois quem pratica essas coisas é abominável para Javé, e é por causa dessas práticas abomináveis que Javé seu Deus vai desalojar essas nações. Você pertencerá inteiramente a Javé seu Deus. As nações que você vai conquistar ouvem astrólogos e adivinhos. Javé seu Deus, porém, não permite que você faça isso.”
Essas palavras da Bíblia são muito claras e fortes e não deixam dúvida sobre a proibição de Deus a todas as formas de ocultismo e busca de poder ou de conhecimento fora da vontade Dele.
O livro do Levítico 19,31 traz a mesma ordem: “Não: “Não vos dirijais aos espíritas nem aos adivinhos: não os consulteis para que não sejais contaminados por eles.”
São Paulo expulsou da escrava um demônio, um espírito de adivinhação que estava na moça e dava-lhe o poder de adivinhar. Isso, muitas vezes, ocorre nos centros espíritas e nos terreiros de macumba. O demônio sabe se transfigurar em anjo de luz (II Cor 11,14), como nos alerta São Paulo. E muito católico de pouca fé cai nas suas armadilhas. Como ele é um anjo, embora decaído, conserva os seus poderes superiores aos nossos. Sua inteligência é muito mais perfeita que a dos homens. E ele faz também os seus “milagres”.
Para conferir isto com a Palavra de Deus, basta ler o que Paulo fala na Carta aos Tessalonicenses 2,9-10: “A vinda do ímpio vai acontecer graças ao poder de Satanás, com todo tipo de falsos milagres, sinais e prodígios, e com toda a sedução que a injustiça exerce sobre os que se perdem, por não se terem aberto ao amor de verdade, amor que os teria salvo.”
Documentos do Vaticano:
O Papa Paulo VI, na Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi, 53 diz: “nossa religião instaura efetivamente uma relação autêntica e viva com Deus, que as outras religiões não conseguem estabelecer…”
Em 31 de maio de 1990, no seu discurso aos Bispos do Brasil, o Papa João Paulo II diz: O sincretismo, como se sabe muito bem, vem se manifestando, hoje em dia, nas mais diversas áreas: desde os desvios graves da piedade popular, até a um mal entendido ecumenismo; desde as práticas da macumba, candomblé, umbanda até à aliciação proselitista de muitas seitas – como o espiritismo e outras de tipo pentecostal; desde o constante recurso à superstição até à exposição incompleta da doutrina genuína.
Foi afirmado em 1986, por ocasião da celebração de Assis da Jornada Inter-Religiosa de oração em favor da Paz, que era preciso evitar “ não só o sincretismo, mas inclusive qualquer aparência de sincretismo que é totalmente contrário ao verdadeiro ecumenismo”.
* Sincretismo: fusão de diferentes cultos ou doutrinas religiosas, com reinterpretação de seus elementos.
Fontes de sites católicos:
Fontes Bibliográficas:
1. Catecismo da Igreja Católica: 2115 a 2117
2. Falsas Doutrinas – Seitas e Religiões – Prof. Felipe Aquino – Editora Cleófas
3. Crenças, religiões, igrejas & seitas: quem são? Dom Estêvão Tavares Bitencourt, O.S.B.
4. Católico pode ou não pode? Por quê? Pe. Alberto Gamberini – Editora Ágape – Loyola
The Holy See, Official Site of the Vatican
Ana Maria Campos Freire muito bom Rachel, você foi iluminada pelo Espirito Santo nas suas explicações. É tudo o que sempre aprendi e acredito
Antonio Gazato Neto Vou postar a seguir um texto do Diácono que explica muito bem essa questão:
RESSURREIÇÃO OU REENCARNAÇÃO?
Diácono Geraldo Bueno
Primeiramente é preciso saber o que se entende por reencarnação. É a doutrina pela qual se ensina que a alma humana não tem apenas uma existência, mas após a morte assume um outro corpo. Esta reencarnação pode vir acontecer aqui na terra ou em outros mundos conforme a corrente espírita em que se acredita. Para algumas correntes espiritualistas o período evolutivo dos espíritos começa nas mais embrionárias formas de vida, o que coloca minerais, vegetais, e animais na escala evolutiva.
Os defensores da doutrina reencarnacionísta dizem que a vida humana neste mundo é muito curta, para que realize o seu completo aperfeiçoamento espiritual, por esta razão, a necessidade de outras existências, a fim de sanar as imperfeições do espírito, inclusive as ocorridas em vidas passadas.
Uma autossalvação
Assim, a alma humana ao final de sua vida terrestre, não é submetida ao julgamento divino, mas volta se necessário for a assumir um outro corpo, visando seu aperfeiçoamento, até se tornar um espírito completamente puro. Para os seguidores desta doutrina até Jesus foi submetido a esse processo evolutivo, não seria ele, portanto, o Verbo eterno, a Palavra criadora, conforme diz João no seu Evangelho, (João, 1,1-4), mas um espírito que foi se evoluindo até chegar à perfeição no homem Jesus de Nazaré. Esta doutrina tem fortes raízes pagãs e contradiz frontalmente aos ensinamentos bíblicos e da Tradição cristã. A doutrina reencarnacionista nos seus pontos principais vai contra os dogmas centrais do cristianismo, negando as verdades fundamentais do seu credo.
Uma doutrina que se opõe ao que a Bíblia ensina.
Quando afirmam que a alma humana deve reencarnar-se várias vezes em busca de seu aperfeiçoamento e que após muitos séculos todos se tornarão puros espíritos, estão negando a verdade bíblica do inferno revelada por Jesus Cristo nas Sagradas Escrituras, (Lc. 16,23; Mt 18,9). Quando ensinam que a alma à medida que se aperfeiçoa vai cada vez mais se desprendendo da matéria até tornar-se um puro espírito, estão negando a ressurreição dos corpos que se dará no final dos tempos, conforme ensinamento de Jesus e de seus apóstolos (Jo.5,29;6,40 Mt. 25,46; Fl 3,11). A Bíblia também ensina, que após o único curso de nossa única vida terrestre, segue-se o juízo divino e não há, portanto, outras chances para novas vidas “Para os homens está estabelecido morrerem uma só vez e logo em seguida virá o juízo (Hebreus 9,27). Quando dizem que as pessoas se aperfeiçoam a si mesmas através das diversas e sucessivas reencarnações, estão negando a redenção trazida por Jesus Cristo, pois não é Cristo que salva com sua morte vicária, ou seja, em nosso lugar, mas a pessoa com seus próprios méritos.
Assim, a doutrina espiritualista da reencarnação atenta contra o cerne do cristianismo que é a salvação trazida gratuitamente por Jesus Cristo. Veja o que diz o apóstolo Paulo “Nele temos a redenção por virtude de seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza de sua graça” (Efésios 1,6-7). Portanto, existe uma incompatibilidade muito grande entre a fé cristã e a doutrina reencarnacionista, de maneira que professar uma delas, coerentemente implicaria no abandono da outra. Em resumo, ou se é cristão ou reencarnacionista, não há meio termo diante da forte contradição entre ambas as doutrinas.
Antonio Gazato Neto A Doutrina Kardecista tenta objetar, retrucando que “A reencarnação revela a Justiça divina porque não permite que sejamos condenados eternamente por erros que a ignorância nos fez cometer. Abre-lhes, Deus, ao contrário, uma porta para o arrependimento.
Haveria grande injustiça, daquele que é o nosso Pai e Criador, se não nos desse chances de reparar as faltas cometidas muitas vezes em momentos impensados, frutos da nossa cegueira e imperfeição espiritual.” Mas, se atentarmos para esta objeção, veremos que ela é extremamente contraditória, pois afirmam os Espíritas que na vida atual, não nos lembramos absolutamente nada da vida passada. Ora, se nada sabemos sobre os erros cometidos em outras eventuais “vidas”, pagar por eles na vida atual se afigura mais como extrema injustiça, do que com qualquer tipo de justiça. É mais ou menos como cobrar uma dívida daquele que nada deve, ou que nada comprou. Para usar um termo bem opressivo: Você não sabe o que está pagando, mas eu sei o que estou cobrando! Podemos aceitar este tipo de opressão como Conduta Divina? Não, claro que não. Deus jamais agiria assim. Se tivermos que pagar alguma coisa depois de nossa passagem para a vida eterna, saberemos exatamente o que e porque estaremos pagando. Portanto, atento a tudo o quanto foi dito acima e nas demais postagens da Rachel, podemos ter a certeza de que a doutrina reencarnacionista não tem o menor fundamento bíblico ou de justiça.
Brasil Pequeninos Gazato, obrigada pela explicação mais acurada no que diz respeito à reencarnação.
Vera Frade Silva Agradeço a explicação de Rachel e Gazato e acredito que vai ajudar muito a desfazer a confusão…….
Rodrigo Elias Viana perfeita a defesa da nossa religião…assino em baixo.
Como e desde quando o nosso calendário foi definido como antes e depois de Cristo?
Calendário gregoriano
PERGUNTA:
Gostaria de entender o nosso calendário. Estamos no ano 2011 D.C (depois de Cristo). Como e desde quando isso foi definido?
RESPOSTAS:
Olá Georgia: Não tinha algo mais fácil para perguntar (rsrsrs). Humm, esse Abdalla… Mas, vamos lá, a resposta para essa pergunta é um tanto extensa, pois envolve um estudo do Calendário Romano que começa com a fundação de Roma; depois do calendário Juliano, que começa por volta de 46 d.C.; e, finalmente, com o calendário gregoriano, de 1.582. Nosso espaço é curto para uma resposta completa, de forma que vou remeter você e os interessados a um artigo em pdf, que lhes poderá esclarecer a maior parte das dúvidas. Clique sobre o link para acessar: CALENDÁRIO GREGORIANO. Este artigo, embora seja muito bom, não esgota o assunto e nele voltaremos em breve, indicando novos artigos. Postem as dúvidas que permanecerem. Abraços.
Muito bom o texto indicado pelo Gazato.
Para dar um gostinho a mais, segue um resumo para aqueles que tiverem o mesmo interesse, e gerar curiosidade para quem quer se aprofundar.
‘O ano 1 da Era Cristã é o ano que coincide com o ano 754 da Era de Roma, que datava seus anos a partir de sua fundação, ou seja, 753 anos antes de Cristo (adaptou para 754, por uma diferença de alguns meses). Só alguns séculos após o nascimento de Cristo é que se pôs a questão de ligar este acontecimento a uma origem de contagem do tempo. A proposta foi apresentada pelo monge Dionísio o Exíguo por volta do ano 532 da nossa era. Imediatamente adotada pela Igreja, ela foi-se generalizando a todos os países católicos.
Dionísio o Exíguo supunha, de acordo com as suas investigações, que Jesus Cristo tinha vindo ao mundo em 25 de dezembro do ano 753 de Roma e fixara, nessa data, o início da era cristã. Mas os cronologistas introduziram um atraso de sete dias, de maneira que o início da era cristã foi transferido para o dia 1 de janeiro do ano 754 de Roma.
Atualmente parece provado que os cálculos não estavam corretos e que Cristo deveria ter nascido 5 a 7 anos antes da data em que se celebra o seu nascimento. Com efeito, essa data é posterior ao édito do recenseamento do mundo romano (ano 747 de Roma ou mais cedo) e anterior à morte de Herodes (ano 750 de Roma). Para alguns cronologistas, é sugerida a data de 747 de Roma, porque nesse ano Júpiter e Saturno estiveram em conjunção na constelação dos Peixes em setembro e em novembro e eles veem neste fenômeno a “estrela de Belém”. Mas, para não perturbar a cronologia já estabelecida, foi mantida a data inicialmente proposta, embora tivesse deixado de corresponder ao significado inicial.’
Há que se fazer um reparo no texto do link. Onde consta: “Consequentemente, o século XXI começou no dia 1 de janeiro do ano 2001 e terminará no dia 31 de dezembro do ano 3000.”, leia-se: “… terminará no dia 31 de dezembro do ano 2100”. Evidente que o autor aqui cometeu um equívoco, quando da digitação.
Obrigada pela rica explicação Gazato. Adorei 🙂 consegui entender o assunto.
A mulher Sirio-fenícia
PERGUNTA:
Nesta passagem de Mateus 15,25-27:
“Aquela mulher veio prostrar-se diante de Jesus, dizendo: Senhor, ajuda-me! Jesus respondeu-lhe: Não convém jogar aos cachorrinhos o pão dos filhos. Certamente, Senhor, replicou-lhe ela; mas os cachorrinhos ao menos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos…
Gostaria de entender o significado de ” cachorrinhos”.
RESPOSTAS:
Oi Giovanna e Dem@is, No tempo do Antigo Testamento, quando havia rivalidade entre os povos, um povo costumava chamar o outro povo de “cachorro” (1Sm 17,43). Também nas páginas do Evangelho há muitos povos misturados, por isso Os cachorrinhos significam o povo pagão e os filhos eram considerados o povo judeu, que tinham dificuldades em conviver com os pagãos.
Numa leitura também mais aprofundada, compreendemos a grandeza do contexto desta passagem, que denota a natureza social e religiosa da situação de homens e mulheres das classes subalternas, desvalorizadas, que se aproximam de Jesus, inconformados com sua situação, buscando um sentido para suas vidas, com fé e esperança, procurando libertação para o sofrimento, a dor e suas inquietações. Como os pagãos não tinham problema em recorrer a Jesus, a mulher Cananéia (Siro-Fenícia de nascimento) suplica a cura da filha que estava atormentada por um demônio.
Jesus responde que não podia atendê-la, mas ela concorda e insiste dizendo “mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa dos seus donos”, ampliando a comparação e aplicando ao seu caso (sendo pagã, de outra raça e religião) que como cachorrinho também tem direito. A mulher por insistência e pela fé, por acreditar que Jesus tem o poder de Deus para libertar do mal, foi atendida, tornando-se a grande protagonista dessa passagem.
A atitude dela abre um novo horizonte, ao sustentar um diálogo de enfrentamento em defesa de si e de outros, ultrapassa os preconceitos de gênero, raça, condição social e religiosa, desafiando corajosamente as convenções do seu tempo pelo fato de ser mulher, inclusive a própria visão da exclusividade religiosa de Jesus, que também amplia suas observações, das reações, atitudes e do que acontece no cotidiano das pessoas em sintonia com a vontade do Pai e do seu projeto de amor e vida, que é para todos os que buscam a vida e procuram libertá-la de tudo que aprisiona.
Ao curar sua filha, Jesus enfatiza e nos ensina sobre o poder do Reino de Deus contra o demônio e as doenças, entendidos como símbolos dos poderes dominantes sociais e patriarcais, que são destruidores e desumanizadores das pessoas. A cura constitui ato de restituição da dignidade perdida dos filhos de Deus, como ato de ressurreição aqui entendida como possibilidade de experimentar uma nova vida.
Espero ter clareado o entendimento! Abraços a tod@s!
Giovanna, Márcia e amig@s, encontrei algumas referências importantes de Santos Padres que repasso para vocês: Jesus foi para Tiro e Sidônia, cidades habitadas pelos gentios (não-israelitas), localizadas ao norte de Canaã. Estava indo levar ao povo cananeu a sua Palavra, o alimento que não perece.. Nesta passagem, Jesus é interpelado por uma mulher cananéia que grita na presença d’Ele, E Ele diz: “Eu fui enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel”. Neste momento, Jesus quer testar a fé daquela mulher, e ela continua a insistir; não desanima nem se afasta, mas “… aproximando-se, prostrou-se diante d’Ele e pôs-se a rogar: ‘Senhor, socorre-me!”
São João Crisóstomo escreve que a mulher perdeu a vergonha de falar com o Senhor, feliz vergonha! Por isso O segue e vem gritando atrás e se aproxima. E Jesus lhe responde e lhe diz que os judeus são os filhos, gerados e alimentados no culto de um só Deus pela lei, e quer dizer que, sendo o seu pão o Evangelho e seus milagres, não é conveniente que se tirem todas estas coisas dos filhos para dar aos gentios, aqui chamados de cachorros, por que adoram outros deuses, e são rejeitados pelos judeus. Jesus chama a mulher de cachorro. Ela não se atreveu a contradizer, nem se entristeceu pelos louvores dos outros, nem se abateu pelas coisas sensíveis que a lançaram no rosto, apenas disse: se sou cachorro, não sou estranha; me chama de cachorro e alimenta-me como a um cachorro. O que eu não posso é abandonar a mesa do meu Senhor.
São Jerônimo escreve: Note como esta mulher Cananéia está confiante e chama a Jesus de filho de Davi, em seguida Senhor e por último O adora. E por isto não Lhe diz: Roga ou suplica a Deus, mas, ‘ó Senhor, ajuda-me’. São louvadas a fé, a humildade e a paciência admiráveis desta mulher. A fé, porque acreditava que o Senhor podia curar sua filha. A paciência, porque fora desprezada muitas vezes e outras tantas persevera em suas súplicas. A humildade, porque não só se compara aos cachorros, mas aos cachorrinhos, e apenas diz que não merece o pão dos filhos, nem pode tomar seus alimentos, nem sentar-se à mesa com o pai, mas se contenta com o que é dado aos cachorrinhos, a fim de chegar, mediante sua humildade, até a mesa onde se serve o pão inteiro.
O Pe. Francisco Fernández-Carvajal comenta: “O Senhor não parece facilmente disposto a realizar milagres fora de Israel. Provavelmente encontrava-se de novo na casa, à mesa. A mulher seguiu-os todo o tempo. Diz então a esta pagã que não está bem tomar o pão dos filhos e dá-lo aos cachorrinhos. Evidentemente, os filhos são os judeus e os cachorrinhos são os pagãos. E esta mulher, que foi proposta como exemplo para as almas que não se cansam de pedir, introduz-se com suma humildade e habilidade na semelhança que acaba de ouvir dos lábios do Mestre, e conquista o seu coração: Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. Ela considera-se um cachorrinho que se alimenta das migalhas que caem da mesa do seu senhor. Reconhece a superioridade do povo escolhido e a sua falta de méritos, mas confia na misericórdia de Cristo, para quem conceder esta graça é como permitir que um cachorrinho coma as migalhas da sua mesa. Com esta argumentação, Jesus não pôde continuar com a sua fingida dureza”.
Meninas, vocês estão arrasando! Pouco a se acrescentar nestas explicações tão completas. Das passagens dos Evangelhos creio que esta é a única na qual Jesus “sofre” um enfrentamento nos seus ensinamentos. E grande lição que fica é o Mestre se submetendo aos argumentos da mulher sírio-fenícia dando-lhe razão e reconhecendo que a mesa é para todos, superando as diferenças raciais e religiosas. Uma bela passagem digamos “ecumênica”, a nos apontar o caminho para superar as diferenças em busca da unidade em Cristo.
Podemos pensar nos cachorrinhos como os mais humildes pois, na bíblia quando um rei vai oferecer um banquete ele convidava as pessoas mais importantes, e os leprosos e doente eram excluidos da sociedade então quando o rei percebe que não vem ninguém a sua festa manda chamar esses esquecidos por ele mesmo.
Giovanna, esperamos ter esclarecido a sua dúvida. Volte sempre!
Esclareceram sim, muito obrigada! =)